Caso 25: clínica

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MOTIVO DA CONSULTA:
O paciente apresentou-se na consulta com o forte desejo de mudar a sua aparência. Curiosamente não referiu qualquer limitação funcional, mas foi manifestada a intenção de melhorar a fonética.

DIAGNÓSTICO:
Paciente do sexo masculino, com 24 anos de idade, não fumador. Operado em criança a uma fenda palatina, foi submetido posteriormente a uma cirurgia ortognática. Esta cirurgia teve como propósito a correção da retrusão maxilar sendo utilizada uma técnica de distração óssea lenta. Após esta intervenção o paciente foi encaminhado para ser finalizada a reabilitação oral. Apesar de uma bem sucedida intervenção cirúrgica e de uma assinalável correção feita com distração óssea, o paciente ainda se apresentava com uma significativa desarmonia maxilar. Na inter-cuspidação máxima somente dois dentes estavam em contacto, todos os outros não contactavam. Estavam presentes nas arcadas, vários dentes decíduos e dentes com formas anatómicas atípicas. A disposição dos dentes no maxilar superior apresentava uma severa irregularidade. A higiene oral era suficiente mas não esperada e os tecidos gengivais apresentavam alguns sinais de inflamação. O lábio superior apresentava um aspeto compatível com a correção da fenda palatina.

PLANO DE TRATAMENTO:
Foi proposto ao paciente uma reabilitação oral completa. No maxilar inferior foi sugerida a confeção de duas pontes com infra-estrutura em Zr revestidas a cerâmica de tonalidade coronária e gengival que de uma forma minimamente invasiva pudesse corrigir o plano oclusal. O sector antero-inferior se necessário seria corrigido esteticamente com facetas de cerâmica. No maxilar superior foi proposta uma reabilitação total fixa sobre dentes e implantes, procurando preservar todas as peças dentárias que se mostrassem viáveis. No monobloco superior seria utilizada uma infraestrutura em Zr posteriormente revestida a cerâmica de tonalidade coronária e gengival.

NOTAS DO TRATAMENTO:
O tratamento iniciou-se com uma exaustiva análise dos elementos de informação feita pelo Médico Dentista e pelo Técnico de Prótese Dentária. Sobre os modelos montados em articulador semi-ajustável, foi decidido fazer na maxila um enceramento de diagnóstico básico que permitisse uma primeira avaliação intra e extra oral. Verificamos que seria necessário subir o bordo incisal e aumentar o tamanho dos dentes. Feitas essas alterações estas foram novamente avaliadas e validadas por nós e pelo paciente. Este enceramento básico corrigido deu origem ao enceramento de diagnóstico definitivo, encerado já sobre os dentes a manter e rebordo alveolar. Este enceramento foi duplicado em modelos de gesso que foram digitalizados. Após estes procedimentos os dentes pilares foram preparados nos modelos de gesso e os dentes que seriam para extrair eliminados. Por técnica de CAD-CAM foram confecionadas 3 pontes provisórias, uma superior, estrutura em monobloco que foi reforçada com fibra de vidro e duas pontes inferiores. Foi feito um preparo dentário minimamente invasivo sobre os dentes pilares e foram extraídos os dentes não viáveis. Após minucioso rebasamento as pontes provisórias foram cimentadas. Durante 4 meses, as áreas pós extracionais foram cicatrizadas e foi integrada com sucesso a nova relação inter-maxilar bem como a nova aparência do paciente. No período de cicatrização, aproveitamos para confecionar uma faceta de cerâmica feldespática sobre o dente 4.1no sentido de o reabilitar esteticamente. A planificação virtual da colocação dos implantes no maxilar superior foi orientada pela sobreposição do enceramento de diagnóstico ao CT-Scan, aproveitando essa informação para fazer uma cirurgia proteticamente guiada. A planificação virtual deu origem a uma guia cirúrgica que orientaria a colocação dos implantes. Ao contrário da planificação inicial e, por condicionantes prostodonticos, acabamos por construir uma guia que visava a colocação de um só implante na zona anterior. A guia cirúrgica foi confecionada para ser assente sobre os pilares preparados. A colocação dos 5 implantes foi feita com a guia cirúrgica e sem abertura de retalho procurando realizar uma cirurgia pouco invasiva. O período de osteointegração decorreu durante 2 meses sendo o paciente portador de uma ponte provisória fixa. Após a osteointegração foram realizadas as impressões definitivas, primeiro no maxilar inferior e depois no superior. No maxilar inferior, utilizando a tecnologia CAD-CAM, foram confecionadas duas pontes baseadas no enceramento de diagnóstico estas tinham uma infra-estrutura em Zr e seriam recobertas a cerâmica coronária e gengival. No interior das infraestruturas foi colocada cerâmica permitindo que estas fossem coladas ao esmalte dos dentes preparados. Depois de reabilitado o maxilar inferior foi feita a impressão definitiva no maxilar superior utilizando uma técnica de moldeira aberta. A ponte provisória foi dividida em duas partes no sentido de registar a relação inter-maxilar que os provisórios validaram. Foram escolhidas as peças intermédias e foi desenhada uma infraestrutura pela técnica de CAD-CAM tendo por base o enceramento de diagnóstico. A réplica desta estrutura realizada em plástico, foi testada em boca e sobre esta foi feita uma nova recolha da relação do maxilar superior com a base do crâneo utilizando o arco facial. O monobloco superior foi finalizado, sendo colocada sobre a infraestrutura de Zr cerâmica de tonalidade coronária e gengival. Após aprovação pelo paciente o tratamento foi cimentado definitivamente em boca.

COLABORAÇÃO:
Cirurgia Ortognática Prévia – Dr. Carlos Monteiro
Planificação Virtual – Dr. Ivo Lopes